Esconderijo...

Meu amor,
É sob a areia da praia, que outrora suportou o nosso amor, que escrevo. O sal trazido pelo vento seca-me as palavras, os olhos mirrados esforçam-se a recordar os nossos momentos, as mãos articuladas pelo sopro da vida, rabiscam na folha o que o coração petrificado sente.
 No horizonte vejo o mar da escuridão, sob a minha cabeça o céu encheu-se de alcançáveis sonhos (mas eu não sei voar sem ti). Esta dor esmagadora de amor, que corre juntamente com o meu sangue, ganha força, tornando o meu sangue um presságio de vida; e o alento do meu corpo cai e já não pode voltar a amar-te.
Fui perdoado diversas vezes no amor. Errei na minha dor,  transbordei magoa, mas nunca representei o amor que sinto por ti!
Agora, repousa em mim o meu dever de escrever para ti, sobre ti. Serás sempre a minha natureza. O florir dos meus dias. A serenidade da minha vida. Mas, tanta coisa mudou em nós. O amor será sempre uma cicatriz. Eu amo-te e tu amas-me.
Não te esqueças amor, que o meu esconderijo é no teu peito, quando afagas com as tuas mãos o meu crânio.
(O inesperado aconteceu…)
Até um dia, até que estas areias sejam novamente no nosso amanhecer.  

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